Cidades inteligentes e contradições urbanas

Foi publicado pela Editora Garamond (2023) o livro “Cidades inteligentes e contradições urbanas: reflexões para a garantia do direito à cidade”, organizado por Lalita Kraus, Rosângela Luft, Paulo da Costa Reis, Fábio Pimentel de Oliveira, Deborah Werner e Aldenílson dos Santos Vitorino Costa. Os pesquisadores Rodrigo Firmino, Juliana Marques e Gilberto Vieira, do Jararaca, se juntam à Andrés Luque-Ayala e Tharsila Fariniuk para colaborar com o capítulo “Plataforma urbanas: hackers cívicos e ativismo digital nas cidades brasileiras”, versão em português do texto publicado originalmente em inglês com o mesmo título.

Sinopse

O livro resgata a tradição do pensar historicamente o desalinhado, concentrado e desigual espaço social urbano brasileiro, atualizando essa problemática frente à atual transformação digital que muda a percepção de tempo e espaço e a hierarquia dos poderes antes estabelecida. O chamado ideário smart que se alastra por todos os domínios da vida cotidiana.

Os autores trazem a história da origem e da difusão do conceito de cidade inteligente e apontam que ele surge a partir das empresas multinacionais big tech e dos organismos e agências de cooperação internacional. O conceito é apontado como amplo, vago e difuso, incluindo sustentabilidade, eficiência e qualidade de vida. Sinalizam ainda que é permeado pela hegemonia da visão tecnologista, como se a instrumentação automática da inovação tecnológica transformasse uma cidade em “inteligente”. E que as desigualdades sociais são tratadas mais como empecilho para a plena conectividade e expansão do mercado do que como uma questão humana a ser enfrentada. Além da descontextualização da importação quase autônoma do design tecnológico, como ocorreu, por exemplo, no Rio de Janeiro com os patinetes eletrônicos.

Veja o livro no site da Editora Garamond.

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