Por Rodrigo Firmino
É possível pensar na territorialização de um vírus? Qual a geografia política de uma pandemia, para além de dados epidemiológicos cartografados? Como se constrói o território do novo coronavírus? Se assumirmos uma das definições possíveis de território, que o considera um artefato de poder e controle materializado em um recorte espaço-temporal, como é possível considerar um território viral?
Para considerar tal hipótese é preciso aceitar a ideia de que o vírus possui agência. O infectologista estadunidense, Anthomy Fauci, cunhou a frase que se tornou um dos símbolos desse período de restrições e mudanças, e que ilustra a construção social do novo coronavírus: “você não faz a linha do tempo, o vírus faz a linha do tempo”[1]. Além disso, é necessário discutir uma materialidade do novo coronavírus (ou qualquer vírus) que não se limite a uma composição microscópica formada por um fragmento de DNA ou RNA envolto por uma capa de proteína. Tampouco pode-se limitar a compreensão da materialidade pela interação dessa estrutura bioquímica com células hospedeiras (infectadas) e o corpo composto por essas células. O fato de vivermos o que se considera uma pandemia global tem muito a dizer sobre essa materialidade e suas territorializações…
Leia o texto completo no Medium