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Qual lugar? Violência e apagamentos na cidade neoliberal

Porto Maravilha, cidade fantasia.

Por Rodrigo Firmino.

O meu objetivo neste breve texto-comentário, é chamar a atenção para um tipo de produção de espaços públicos, fruto de uma configuração das cidades contemporâneas que se valoriza pela opressão contra o comum, contra o coletivo e contra o convívio das diferenças. A pergunta-título deste ensaio tem feito cada vez mais sentido, principalmente na consideração sobre o que poderiam ser espaços do comum, lugares abertos do encontro e do inesperado, territórios da mistura e do confronto saudável das diferenças. Não sei se essa idealização de “comum” associada aos espaços sequer já existiu, mas gosto de pensar que a ideia de uma espacialidade coletiva sempre esteve nas aspirações da concepção de cidades como pontos de concentração social, e que sempre esteve nas pautas de um pensamento crítico sobre o que as cidades são ou poderiam ser, por parte de urbanistas e pesquisadores preocupados com urbanidade.

No reinante modelo neoliberal de planejamento e urbanização, há uma insistente associação dos espaços públicos abertos3 a meros lugares de conexão entre bolhas de uso privado, ou a meros interstícios de passa- gem. Há também uma estigmatização do espaço público como o lugar da pobreza, da violência, da inequidade, da desordem e do indesejado. Para este modelo de cidade, o espaço público é o lugar da sobra, do resto que não foi possível tomar como território privado, segregado, limpo, seguro, e esteticamente conectado a estilos e materiais que simbolizem tal exclusividade…

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Geografias abolicionistas

Rodrigo Firmino participou do Primeiro Seminário de Geografias Abolicionistas, no Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (fflech) da Universidade de São Paulo.

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