Nesse texto, Dayana de Cordova e Katú Mirim discutem como povos indígenas utilizam tecnologias digitais para fortalecer suas culturas, reivindicar territórios e projetar futuros. A tecnopolítica indígena é apresentada como um espaço de resistência e criação, onde a comunicação e a língua desempenham um papel central na preservação da memória e na construção de novas epistemologias. O conceito de “ponta da língua” sugere tanto a urgência dessas articulações quanto a importância da língua como tecnologia viva.
O texto analisa experiências concretas de uso da tecnologia por diferentes comunidades indígenas, mostrando como redes sociais e plataformas digitais são mobilizadas para registrar narrativas, conectar-se com outros povos e denunciar violações de direitos. Ao mesmo tempo, evidencia desafios como o acesso desigual à internet, a vigilância digital e as tentativas de controle estatal e corporativo sobre territórios e saberes indígenas. A digitalização aparece, assim, como um campo de disputa entre processos de colonização e estratégias de emancipação.
Por fim, o artigo argumenta que a tecnopolítica indígena vai além da apropriação de ferramentas digitais, representando um espaço de invenção e resistência. A reapropriação tecnológica pelas comunidades indígenas não apenas desafia a lógica hegemônica do desenvolvimento, mas também permite a criação de futuros possíveis baseados em suas próprias cosmologias e necessidades. Dessa forma, tecnologia e tradição não são antagônicas, mas se entrelaçam na construção de novas formas de existência e luta.
Retomando identidades, refazendo memórias e futuros indígenas teve como ponto de partida o episódio Corpo-território, o primeiro de “corpos, cidades, territórios”, 3a temporada do podcast Ningún Lunes Sin Pensar realizada pelo grupo de pesquisa EN.T.RE (Encontros, Territórios, Redes), com o apoio do PPGTU/PUCPR.
📄 Leia o ensaio de Dayana de Cordova sobre o artigo no Medium.
📄 Leia o artigo completo de Dayana de Cordova e Katú Mirim na revista Memória.
🎙️ Ouça a terceira temporada do Ningún Lunes Sin Pensar sobre “corpos, cidades, territórios”.