manifesto

Entre escorpião e sagitário, a Jararaca é uma das constelações mais conhecidas dos povos Tukano do noroeste amazônico.

É Aña, uma formação cósmica gigantesca que pode ser observada no fim de novembro do calendário ocidental e durante meses determina agendas de colheita, alimentação e acontecimentos sociais. Aqui é uma lembrança de que é preciso superar as imposições que limitam a ação e o pensamento científico para se conectar com os mistérios que ainda florescem nos interstícios dos corpos biológicos e de concreto das cidades. É também fonte de inspirações para pensar redes, conexões, vias, trajetórias, fluidez e encontros.

A cidade como o resultado de interações entre redes tecnopolíticas.

Nosso grupo entende a cidade como o resultado de interações entre redes tecnopolíticas. Seguindo esse fundamento buscamos compreender as relações entre as tecnologias, as transformações do espaço urbano e suas consequências para diferentes grupos que coabitam esses territórios.

Uma das abordagens de base que utilizamos considera o desenvolvimento científico e tecnológico como construção social e histórica. Nessa abordagem buscamos compreender, descrever e analisar redes sociotécnicas e tecnopolíticas na composição de possíveis explicações das relações entre atores de naturezas distintas (políticas, objetos, tecnologias, cosmologias) na formação da cidade como um conglomerado de artefatos tecnológicos.

jararaca
Yara′raka, tupi
que envenena a quem agarra

posicionamentos tecnopolíticos

Servir como ambiente de trocas de experiências acadêmicas e de produção coletiva do conhecimento no campo dos estudos urbanos e sobre arranjos tecnopolíticos que interagem na formação de territórios em cidades brasileiras e latino-americanas;

Construir focos de atenção na investigação de injustiças e disputas assimétricas de poder nas relações entre tecnologias e cidades;

Priorizar um reposicionamento dos estudos e ações sobre as tecnopolíticas urbanas com um olhar a partir das periferias (territoriais, sensoriais, socioeconômicas, do pensamento), na busca por uma construção decolonial das pesquisas do laboratório;

Romper o isolamento acadêmico em ações que possam aproximar a universidade e as atividades formais do laboratório de outros setores da sociedade, como o ativismo, o trabalho de organizações não governamentais, as artes, etc;

Produzir desdobramentos simplificados das pesquisas realizadas pelo grupo, por meio da utilização de ferramentas visuais e mídias que facilitem a divulgação e popularização dos resultados obtidos.